Hipertireoidismo faz parte dos temas centrais do XVI Encontro Brasileiro de Tireoide (EBT). A disfunção é caracterizada pela produção excessiva de hormônio tireoidiano, geralmente acomete indivíduos da segunda a quarta década de vida e, segundo especialistas, atinge de cinco a 10 mulheres para um homem.
“A tireoide é uma glândula em formato de borboleta, está localizada na parte frontal da região cervical (pescoço). Ela produz os hormônios tireoidianos T3 e T4, substâncias que atuam em todo o organismo controlando o metabolismo, crescimento e desenvolvimento de células. No hipertireoidismo, o controle que o organismo tem sob essa glândula se perde e ela começa a produzir de maneira descontrolada os hormônios T3 e T4”, explica a Dra. Maria Izabel Chiamolera, que será uma das coordenadoras da palestra “Tratamento do Hipotireoidismo: o que ainda deve ser discutido!”, durante o EBT.
A principal causa do Hipertireoidismo é a Moléstia de Basedow-Graves, doença autoimune que faz com que o sistema imunológico do paciente deixe de reconhecer algumas estruturas da célula da tireoide, passando a atacá-la com anticorpos que assumem o comando da produção de hormônio, fazendo com que essa produção fique aumentada e sem controle.
Entre os sintomas mais comuns do Hipertireoidismo figuram a taquicardia (aceleração dos batimentos cardíacos), que pode evoluir para uma arritmia cardíaca; tremores; perda de peso; suor excessivo; nervosismo; aumento do número de evacuações, entre outros. Parte dos indivíduos acometidos pelo Hipertireoidismo também podem apresentar a chamada Oftalmopatia de Graves, caracterizada por uma projeção do globo ocular (proptose) seguida de sinais de inflamação (vermelhidão, dor, edema/inchaço ao redor dos olhos, dificuldades para enxerga e visão dupla).
O diagnóstico é clínico, com a análise das queixas do paciente e a confirmação é feita com a dosagem do TSH, hormônio da hipófise que estimula a tireoide a produzir seus hormônios, T3 e T4, que também podem ser dosados para ajudar no diagnóstico. No Hipertireoidismo os hormônios T3 e T4 estão aumentados e o TSH diminuído.
Para o tratamento da doença contamos com três métodos diferentes: medicações para reduzir a produção de hormônio tireoidiano; terapia com iodo radioativo, e cirurgia para retirada da tireoide.
“Discorrer sobre doenças como o Hipertireoidismo durante o XVI EBT é uma grande oportunidade para todos que trabalham na área de Endocrinologia. Seja para atualização de assuntos relacionados não só às doenças da Tireoide, como também para adquirir conhecimentos sobre os pontos mais atuais de pesquisas relacionadas a esta área da Endocrinologia”, declara Dra. Maria Izabel, médica do Laboratório de Endocrinologia Molecular e Translacional da UNIFESP.